Diga o que está pensando

Fazer poesia é descobrir a beleza onde poucos podem ver, É desnudar sentimentos que o coração tenta esconder!

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

AMANHECER





O amanhecer se torna realmente importante quando abrimos os olhos e deparamos com situações dificeis de serem verbalizadas. O sorriso de Valentina ( minha netinha) por exemplo, algo que não se pode decifrar. como se ela dissesse que está feliz por te ver ali, que confia em você, que você é parte importante do mundo dela.

Sentir cada dia seu crescimento, suas realizações pessoais ( porque ela, já as tem). Algo indecifravél.

O amanhecer se torna interessante, quando você percebe, que mesmo não querendo, as pessoas estão no seu encalce, querem saber de você ( telefone não para). Quando você percebe as obrigações do dia, mesmo que sejam as contas para pagar, por que se elas existem, você usou alguma coisa para te tornar melhor. te torna ainda melhor, quando te eleva em pensamento a DEUS e diz: ajude-me senhor...

Você percebe assim, que está viva!

AMOR




se tenho vida, amor!
se tenho momentos felizes, amor!
Uma boa razão para viver, amor!
o amor é assim, chega de repente...
balança seu ser,
determina o que fazer
te torna refém
corajoso
capaz...
dói muitas vezes...
é a maior busca dos humanos,
sem amor nada faz sentido!
Viver o amor nos torna capazes de ser humanos!

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Hora da Estrela
Análise da obra de Clarice Lispector

A atriz Marcélia Cartaxo fez Macabea na adaptação de Suzana Amaral para o romance
Escritora nascida na Ucrânia mas radicada no Brasil desde criança, Clarice Lispector (1920 - 1977) é um caso ímpar na literatura nacional, já que sua abordagem intimista, questionadora sobre os tênues limites entre a ficção e a realidade - e sobre o próprio ato de escrever -, surge numa época em que predominava o romance regionalista, com denúncias sociais sobre a vida no Nordeste.O impacto de sua prosa foi tamanho, que a escritora e filósofa francesa Hélène Cixous chega a dividir a literatura brasileira em dois momentos: A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice). O último livro da autora, publicado no ano de sua morte, aparentemente narra apenas o sofrimento da migrante alagoana Macabea no Rio de Janeiro.A estrutura, porém, é bem mais complexa. Há, no texto, um tripé: a vida comum e sem graça de Macabea; a história do narrador Rodrigo; e a reflexão dele sobre a escritura. A habilidade de Clarice está em articular esses planos de uma maneira que não dificulta a leitura ou deixa o texto empolado ou pernóstico.Sonhadora e ingênua, Macabea é o retrato da saga sem glamour de uma brasileira perante um outro Brasil, que ela desconhece. Seu namoro com Olímpico de Jesus, nome pleno de ironia, já que ele não tem nada das poderosas divindades gregas que habitavam o Monte Olimpo e muito menos do lado humano da Santíssima Trindade católica, não tem futuro algum.
Ascensão socialMacabea é trocada por Glória, colega de trabalho que, por ter um pai açougueiro, parecia oferecer ao também nordestino Olímpico uma possibilidade de ascensão econômica e social. A desilusão afetiva soma-se a uma progressiva degradação do corpo, causada por uma tuberculose.É justamente Glória, outro nome bastante crítico, já que ela pouco tem para ser glorificado, que aconselha a deprimida Macabea a encontrar uma orientação para a sua vida, aparentemente sem sentido, numa cartomante, Madame Carlota, que anuncia um futuro pleno de felicidade com um estrangeiro.
Mercedes-BenzAo sair desse encontro, com a cabeça literalmente nas nuvens, Macabea é atropelada por um Mercedes-Benz. Termina assim uma existência em que predomina um grande vazio existencial, contada com momentos que evocam James Joyce, na forma como trata livremente a narrativa, e Virginia Woolf, no que diz respeito à maneira de enfocar a riqueza interior feminina.Em sua sofisticada aula de escritura, a autora cria a saga de um personagem que, se, por um lado, alerta para o drama social da migração, acima de tudo, constrói um exercício do próprio ato de escrever e dos limites entre criador (Clarice), narrador (Rodrigo) e personagem (Macabea), um triângulo marcado pelo constante questionamento existencial.A estrela do símbolo da Mercedes funciona de maneira metafórica, pois causa a morte da protagonista. Por outro lado, é apenas com a sua morte que Macabea consegue dar destaque a sua vida, com seu corpo desfalecido no meio da rua. Morta, torna-se estrela por um dia. A sua hora de aparecer chegou, melancólica, como toda a sua existência.

Oscar D'Ambrosio, jornalista, mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é crítico de arte e integra a Associação Internacional de Críticos de Artes (Aica - Seção Brasil).
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2011/05/13/enem-deve-ser-nos-dias-22-e-23-de-outubro-edital-anunciara-outra-prova-em-maio-de-2012.jhtm
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/06/14/usp-unesp-e-unicamp-estudam-integrar-matriculas.jhtm